quarta-feira, 19 de novembro de 2008

in Fashion... A diaba e KT Tunstall

Levando em consideração os conceitos de liderança, motivação e comunicação, realizei, na disciplina Gestão de Empresas de Moda da Pós-graduação de Moda, uma análise do filme “O diabo veste Prada”.



O perfil do líder tradicional descreve, minuciosamente, a postura da Miranda Priestley, editor-in-chief da revista de moda, Runway:


• Valoriza o distanciamento das pessoas.
• Adota uma atitude de independência em relação aos demais.
• Valoriza os símbolos de status.
• Faz uso do poder do cargo que ocupa e da autoridade conferida pela hierarquia.
• Manifesta sua influência através de ordens expressas.
• Espera submissão de seus subordinados.
• Impõe barreiras de comunicação com as pessoas
• Não compartilha dos valores de seu grupo de trabalho.


A forma como Miranda trata seus “subordinados”, Emily, Andrea e Nigel, como se relaciona com seus colegas, como a editora da Runway francesa, Jacquelline Follet... tudo nela transpira atitudes autoritárias, não permitindo nenhum tipo de interferência ou participação em suas decisões. Não divide o sucesso e também, não compartilha o fracasso – a culpa é sempre de algum incompetente. No entanto, a julgar pelo sucesso que detém, sua liderança é eficaz, nem que seja apenas para a editora da revista... e todas as que se matariam por um emprego de secretária desta líder poderosa!
Miranda Pristley jamais reconhece as necessidades do outro, nem suas diferenças individuais: cansa de chamar Andy de Emily, fato que a primeira acaba aceitando, resignada... Também não premia ou é justa no trabalho – o que faz com seu assistente Nigel, preterindo-o, no último momento, da direção da empresa de James Holt, em função de uma necessidade sua, é bastante indigesto. Talvez o único ponto importante para ela seja atingir os objetivos – seus ou da revista que dirige, com mãos de ferro! Por isso, a motivação apenas apareça se vinculada à importância de um cargo próximo a ela, podendo catapultar o candidato a uma posição futura de destaque. A própria Andy se beneficia deste ponto, nem que seja às avessas... afinal, ela somente consegue o novo emprego por que a Miranda “não” a indicou!
Durante todo o filme, o que é mais visto é a falta de comunicação! Quando dá uma ordem, a Miranda jamais se explica em detalhes, nem que eles sejam cruciais para o desempenho das tarefas: como assim apanhar “saias”, quais? É impossível solicitar dela uma explicação mais extensa ou descritiva do pedido que ela faz. No entanto, todos parecem funcionar muito bem com isto, exceto a Andy, que, no início, fica boquiaberta com tamanha falta de comunicação... mas, depois, acaba se “encaixando no perfil”. Esta falta de comunicação é, com certeza, uma grande fonte de conflitos, sendo que a comunicação oral talvez seja a mais complicada... A Miranda usa muito da comunicação não-verbal, com seus trejeitos, bocas (há até um código para saber se a coleção é boa ou um desastre...) e olhares de descontentamento e sarcasmo. Mas, nunca para premiar seus colegas... colegas? Não, sempre subordinados!

E, em homenagem ao filme, deixo vocês com o vídeo de Suddenly I see, da escocesa KT Tunstall, a “diaba” que canta a música-tema e que realizou shows em outubro, no Brasil.




Suddenly I see
KT TUNSTALL


Her face is a map of the world
Is a map of the world
You can see she’s a beautiful girl
She’s a beautiful girl
And everything around her is a silver pool of light
The people who surround her feel the benefit of it
It makes you calm
She holds you captivated in her palm

Suddenly I see (Suddenly I see)
This is what I wanna be
Suddenly I see (Suddenly I see)
Why the hell it means so much to me

I feel like walking the world
Like walking the world
You can hear she’s a beautiful girl
She’s a beautiful girl

She fills up every corner like she’s born in black and white
Makes you feel warmer when you’re trying to remember
What you heard
She likes to leave you hanging on her word

Suddenly I see (Suddenly I see)
This is what I wanna be
Suddenly I see (Suddenly I see)
Why the hell it means so much to me

And she’s taller than most
And she’s looking at me
I can see her eyes looking from a page in a magazine
Oh she makes me feel like I could be a tower
A big strong tower
She got the power to be
The power to give
The power to see

Suddenly I see (Suddenly I see)
This is what I wanna be
Suddenly I see (Suddenly I see)
Why the hell it means so much to me

20 comentários:

Mariana Batistello disse...

as vezes sou meio Miranda nos trabalhos da faculdade... estou aprendendo a me melhorar e modificar alguns comportamentos...

adoro essa música! todas da kt são ótimas!

bejos

Helena Castro disse...

ficou ótima essa sua análise sobre o perfil de liderança da miranda.

beijos

Janeisa Tomás disse...

Parabéns pela análise psicológica da personagem, conseguistes aliar o perfil psicológico e empresarial de Miranda de uma maneira super clara e muito inteligente. Muito bom mesmo! Bjs.

Tássia Rebelo disse...

adoreiii!! =]
Essa musica já é meu despertador há um tempão ^^'

beijoo!!

Paula disse...

E acho que esta análise, não poderia ser mais completa e acertada.
O problema, é que existem muitas Mirandas neste mundo!
Quanto à música, também adoro! Não é de admirar, não é? Temos bom gosto, não é amiguinha?!
:)
Bjs!

Verson Souto. disse...

Muito bom o post! Adoro tanto o filme quanto a KT!


kISS.

Cris disse...

Então Claudia, vejo que isso é muito comum no ambiente corporativo. Mesmo daquelas empresas que se "consideram" modernas, com visão vanguardista e tal. Mas o fato é que cada vez mais as pessoas desaprendem a se comunicar, de várias maneiras, o autoritarismo é um braço.
É um saco participar de reuniões, por exemplo, em que nada se decide, nada se compreende e todo mundo sai de lá pior do que quando entrou. E tudo isso pq raramente há um receptor, para receber a mensagem... as pessoas querem ser sempre (todas!) o emissor... mas para ocorrer comunicação precisamos dos dois, não é mesmo?
bjs
Adorei o post
Kiss

lulubeka disse...

Claudinha
Infelizmente no mundo corporativo, está cheio"miranda" por aí, esse tipo de gente nunca consegue ser feliz, normalmente tem um cargo de alto ´nivél e uma vida pessoal destruída, são amargas e não conseguem ter amimos.
Eu admiro as pessoas pelo que são e não pelo cargo que exercem, comigo essas pessoas não tem espaço, não se criam.
Gosto de gente de alma nobre, de coração puro, que escutam, que ajudam, que trabalham em grupo com o mesmo objetivo.
Esse sim é um verdadeiro lider.
bjs no coração..
Adorei o post.

Lily Zemuner disse...

Ficou MARA essa post, como andam dizendo por aí! rs...

Amo esse filme e adoro KT.

Quanto ao perfil de Miranda, acho que o pior é a falta de comunicação proposital. Uma coisa tão arrogante e prepotente que chega a dar nojinho. E o pior é saber que esse tipo de atitude não faz parte só da ficção não.

B-jo.

Kira Aderne disse...

a música é linda, amo!
E sobre Miranda, que maravilha de explicação, tudo corretíssimo! Ela é a chefe que jamais gostaria de ter. No entanto, vejo que já trabalhei com gente como ela, graças a Deus já foi há um bom tempo ;)

Cacá disse...

Parabéns pelo destaque! Super merecido! :)
Beijocas...

Chez POPI disse...

Pois agora!
,,,mas no fundo no fundo, parece q ela da certo, ai q complicado! é uma mistura de admiração com - CAI NA REAL PAULA!!! ela é uma bruxa!
Mas a vida é isso ai...
Agora q vc arrebenta amigaaaa, sem comentários a analise esta perfeita.
Bjus
Paula

Tássia Rebelo disse...

Pois é, é tanta coisa pra faezr que às vezes as coisas desandam em algum ponto.
=]

Beijo

Ana Balbinot disse...

Cláudia, eu ri muuuuuito com este filme, até ter um chefe Miranda.
Aí não achei mais graça nenhuma! Mas consegui me impor e hoje sou tratada com o respeito que mereço.
Como também sou chefe, hoje meu lema é: Chefe sim, Miranda jamais!
Beijos!
Adorei a postagem!

Anônimo disse...

Claudia, amoooo esta musica!!! a cara de NY!
BEIJOSSS

Unknown disse...

Oiii Claudinha, adorei sua análise e ameeeeei o filme, assisti várias vezes.
Bjobjo

Ana Carolina disse...

Cláudia, já tive chefes (sim, mais de um(a)) que eram idênticos a Miranda. Davam ordens pela metade, não elogiavam, todos eramos subordinados, intimidavam, deixavam as pessoas apreensivas e, pior, não respeitavam horário de almoço e nem de saída!!! Um horror.

Tomei tanto nojo desse tipo de situação (q na área de design, infelizmente, é muito comum) que hoje em dia trabalho feliz por conta própria.

Adorei o filme e me identifiquei demais com ele...o chefe não perceber que assim ele desmotiva e só piora a situação da sua empresa é muito triste...

Beijos!!

Renata disse...

Nossa, gostei muito da análise que você fez. Essas pessoas produzem um encantamento, mas não vejo este tipo de perfil dando certo hoje em dia...

ADOREI!

Beijos,

Renata

fefe resende disse...

arrasou na análise, cláudia. tomara que dona wintour não seja assim, literalmente miranda, néam? =)

Luciana disse...

Puxa, babei neste post, Claúdia. Coincidentemente assisti o filme pela enésima vez hoje a tarde...Interessante como as pessoas se subjugam à autoridade de "ditadores"em infinitas situações da vida: trabalho, casamento, amizade, pais-filhos etc. E muitas vezes nunca chegam a se livrar dessas situações, não? Beijos e boa semana!