Beber
vinho tornou-se um prazer, para mim, há pouco tempo (
aqui). Nunca provara este néctar dos deuses, até que, em uma viagem pela Itália, mais precisamente em Veneza (
aqui), decidi experimentá-lo. Depois disso, o refrigerante é passado;
tragam-me vinho!
No entanto, saborear um bom vinho, uma experiência encantadora, levanta algumas questões – como comprar, como estocar (afinal, no Rio de Janeiro, vivemos em um calor tremendo! Querem saber como? aqui), que vinho escolher. Esta é, com certeza, a mais difícil de responder sem conhecer o nosso gosto pessoal e também, quais são os tipos de vinho disponíveis.
Brancos, tintos, rosés... mas, e feitos com que uva(s)? Dúvida cruel! Creio que nosso paladar vai nos dando pistas, quanto ao sabor, ao aroma e à cor preferidos, como um verdadeiro juiz; mas, e quanto às uvas? Como conhecimento nunca é demais, que tal conhecer a origem de um vinho de qualidade?
Tudo começa com a fruta da espécie Vitis vinifera, o ponto em comum de todas as cepas (ou tipos, variedades) de uva do mundo, que, durante milênios, evoluiu e produziu uma enorme quantidade de variações. Além da sua grande variabilidade genética (ótima para criar novos tipos), ela igualmente se apropria das características do solo, dos nutrientes e do clima – está aberta então, a enorme possibilidade de adaptação e a criação de suas inúmeras variedades, encontradas pelo mundo, com nomes distintos em cada lugar (ou o mesmo nome, mas com características diversas, devido ao solo, ao cultivo e ao clima).
Fotos: caves do vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, Portugal – passeio imperdível (aqui)!
Para conseguir um vinho de qualidade singular, a videira é essencial, atentando sempre para a escolha da terra onde será cultivada, os nutrientes existentes (ou não) nesta terra, seu tempo de vida e seu desenvolvimento. Além disso, um vinho de qualidade também é conseguido por uma produção de ótimo nível, com técnicas especiais, assim como pela escolha das variedades (ou clones) que formarão o vinho.
Portanto, a qualidade de um bom vinho é resultado tanto de uma boa vinícola e de uma acertada seleção, quanto de excelentes uvas viníferas! E que uvas são estas? Aí vão algumas delas e seus respectivos países de origem*, para que os vinhos possam ser desfrutados nas viagens pelo mundo:
Alvarinho: de origem entre o
norte de Portugal e o sul da Galícia, Espanha, uma das variedades brancas ibéricas de maior qualidade e potência aromática.
Cabernet Sauvignon: de origem do
Médoc francês (
terroir específico), tornou-se a variedade tinta mais cultivada do mundo, tendo intensidade de cor, estrutura, aroma e suavidade.
Chardonnay: variedade branca da região da
Bourgogne, França, de excelente qualidade, leveza e toque aromático.
Gewürstraminer: cultivada
na Alsácia, na Itália e na América do Sul, de aromas potentes com notas florais e frutadas.
Malbec: procedente da
França, é rica em taninos, produz vinhos de rendimento moderado e de grande caráter, bons para o envelhecimento. Grande destaque dos
vinhos argentinos.
Merlot: originária da
França, espalhou-se pelo mundo e produz vinhos muito aromáticos, frescos e atraentes.
Nebbiolo: variedade de origem no
Piemonte, Itália, produz vinhos como os espetaculares Barolo e Barbaresco, de excelente acidez e com muito tanino.
Pinot Noir: variedade tinta de origem na
Bourgogne, França, de cultivo exigente e muito sensível às pragas, produz vinhos de cor menos intensa, ótimo paladar e muita sutileza olfativa.
Riesling: de origem na região do
Reno, Alemanha, produz excelentes vinhos com aromas florais e frutados, evoluindo muito bem na garrafa.
Sauvignon Blanc: variedade branca de
origem francesa, com aptidão peculiar para envelhecimento em barril.
Syrah: variedade tinta
mediterrânea de maior qualidade e historicamente ligada à existência do vinho, produz vinhos com aromas muito especiais, dotados de corpo e estrutura, e aptos para o envelhecimento controlado. Adaptou-se muito bem
na Austrália e na Nova Zelândia.
Tempranillo: variedade tinta que produz vinhos de grande sutileza, bem estruturados e notavelmente aromáticos, sendo a variedade principal de muitas
denominações de origem (DO).
Vinho do Porto: leiam o post específico sobre ele
aqui.
Agora que já sabem um pouco mais sobre as uvas,
escolham um ótimo vinho e celebrem – saúde! *Fonte: Vinhos – Coleção país a país, Folha de São Paulo/Editora Moderna, 2006