quarta-feira, 11 de junho de 2008

Labels & love!

Assisti ontem ao filme Sex and the city. Confesso que fui ao cinema sem muitas expectativas, pois havia visto a quarta edição do Indiana Jones e me decepcionado bastante. Pareceu uma continuação requentada, cheia de clichés e referências sem sentido. Como ele foi o herói da minha adolescência, esperava apenas o máximo. Como isso não aconteceu, pensei que sentiria o mesmo pelo SATC, a minha série “mulherzinha”. Lêdo engano! Que excelente surpresa!
Aproveitei o horário da matinê e lá fui eu, rumo ao encontro daquele quarteto de Manhattan, que havia partido há quatro anos. Não pretendo revelar nenhum segredo do filme aqui, mas fazer uma reflexão do que há de imperdível neste filme.
Já na apresentação percebi que o que vinha pela frente seria muito bom: ela é feita em forma de retrospectiva, dando um panorama da extinta série (ideal para quem não acompanhou as temporadas), com um incrível patchwork das vidas das personagens, contadas, é claro, pela Carrie.
Foi aí, que uma expressão me saltou “aos ouvidos”, como boa psicanalista (rsrsrsrs...): “labels and love”. E por que isto aconteceu? Bem, só fui entender muito tempo mais tarde... Na verdade, ela pontua todo o desenrolar da trama, desdobrando-se em diversos sentidos, tendo em vista que a palavra (signo ou significante, na psicanálise) da língua inglesa label pode ter inúmeros significados: marca, rótulo, estereótipo, grife (de luxo).
A série que deu origem ao filme marcou uma geração de mulheres, tendo fãs por todo o mundo, além de colocar as “marcas” (= grifes de luxo) no universo da moda contemporânea: Manolo Blahnik, Jimmy Choo, Dior, Gucci, Chanel, Louis Vuitton. Ao mostrar quatro “marcas” (= tipos ou estereótipos) de mulher, representadas por seus respectivos figurinos (roupas e acessórios particulares), estes tornaram-se suas “marcas pessoais”, verdadeiros símbolos das facetas do feminino. Ou seriam apenas rótulos?
No filme, as quatro protagonistas são agora mulheres maduras (entre 40 e 50 anos), que mantiveram opções e caminhos condizentes com suas histórias pregressas e experiências vividas. E as roupas (sem esquecer dos sapatos!, um objeto de vital importância na trajetória do estilo da escritora Carrie) sempre estiveram como “testemunhos” destas histórias, contadas em tecidos, cores, texturas, formas... e grifes de luxo!
Hoje, em um mundo povoado por marcas ou grifes, onde está a nossa “marca pessoal”? Para Lacan, um incrível psicanalista, o homem é constituído na chamada fase ou estádio do espelho: através do olhar do outro, ele torna-se sujeito. A partir deste momento, temos uma imagem e um corpo. Mas, como nos vemos neste espelho, anos mais tarde? Quando nos apropriamos da “nossa história”? E o figurino, qual o papel dele nesta empreitada? Ele é fundamental na busca da nossa marca pessoal?
Seguindo a trilha destas perguntas, baseada em conceitos psicanalíticos e também, analisando o universo da moda atual, com seus ícones e valores, principalmente a questão das marcas de luxo e seu peso na constituição do sujeito contemporâneo, é imprescindível estar sempre atentos ao lugar do próprio, do único, na construção da nossa imagem pessoal.
E, neste ponto em particular, o filme acerta em cheio: cada uma das mulheres do quarteto imprime sua marca em tudo – roupas, acessórios, cabelos, make-up... e no amor! É, finalmente, chegamos a ele! O filme, inclusive, poderia se chamar “Love and the city”, pois fala principalmente das formas de amar das mulheres, cada uma de seu jeito particular. Quem acompanhou Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha, por seis temporadas, é capaz de reconhecê-las agora, quatro anos depois, como se o tempo tivesse passado na realidade. Esta talvez seja a maior virtude do filme: ele é verossímil! Vemos aquele quarteto de NY vivendo o doce e o amargo de uma nova fase de suas vidas, sem perder o referencial do que foi vivido por cada uma delas. Lá estão seus colegas, amigos e amantes, sem esquecer de mencionar o mais importante: a amizade (ou seria amor?) delas permanece intacta, sustentando-as em todos os momentos – bons e difíceis, como deve ser entre amigas, certo?
Desejo enfim, que consigamos seguir o lema do filme: labels sim, mas com muito love... Corram para o cinema, pois elas estão de volta! Enjoy!!!

***News: Vocês percebem a semelhança? Eu adorei!!!***

Postado por Claudia Pimenta às 18:04 (13 de junho)





4 comentários:

Tania Pimenta disse...

Adorei!!! E me deixou com água na boca (ou seria nos olhos??!!!) para ver o filme...
Beijins

Flávia Beatriz disse...

Também despertou meu interesse em ver o filme. Mas fiquei ainda mais interessada em ver você de noiva numa foto melhor, essas estão muito pequenininhas, não vale! Bjs...

Unknown disse...

Oiiii Cláudia, obrigada pela visita. Sabe que eu ainda não consegui ver o filme? desse fim de semana não pode passar...
Eu tenho uma amiga (super amiga)desde os 13 anos, hoje temos as duas 42 e ainda somos amigas e unidas, ela já está no segundo casamento, eu com 16 anos de casada (com o 1º e espero que único)e mantemos contato até hoje, já passamos quase 2 anos sem nos ver, mas nunca sem nos falar, sem trocar confidências, alegrias e tristezas. Tenho muiiitas amigas, mas que ultrapassaram fronteiras e tempo, só uma. Muito bom seu blog, virei outras vezes para ler aos poucos todos os posts.
Bjobjo

Anônimo disse...

Adorei!!!
bjobjo